quinta-feira, 17 de julho de 2008

Noticías



Acontece nesta sexta feira às 21 horas no Country Club, o o lançamento do filme Açucar Amargo de Hertz Félix, baseado no livro de Luiz Puntel. O filme traz à tona a realidade agrária brasileira a partir da cultura da cana e o universo sócio-econômico e cultural que o rodeia. É Juazeiro mantendo a tradição cinematográfica com ousadia e apostando num elenco da terra.


Também em Juazeiro acontece a Primeira Conferência de Comunicação Social da Bahia, neste sábado, dia 20 de julho no Colégio Luiz Eduardo Magalhães. Além de palestras com profisisonais da comunicação, serão realizadas oficinas com os participantes. É uma oportunidade para o debate crítico em torno dos temas que estão no dia a dia da comunicação pós-moderna, sua contribuíção para o desenvolvimento e consequências num mundo onde as midias influenciam em tudo.

POESIA: Presente de um Poeta (Para Euziza C. Souza)

Pediste-me o presente de um poema,
e revelas, assim o teu bom gosto,
Deixando-me, porém, eum dilema,
De súbito atirado ante o meu rosto.
Parei e refleti por um instante,
Acerca do pedido que fizeseste.
Vazando-me do peito delirante,
Sentí da inspiração o dom celeste,
Pedido assim, traduz amor à arte
E diz do teu pendor pela cultura
Que buscas, pesquisando em toda parte.
Pois bem, de peito aberto eu te almejo
Nas lides, do saber a sã ventura.
Vibrando, no atender do teu desejo.

Cid Carvalho

terça-feira, 1 de julho de 2008

Felicidade


Caríssimo leitor, primeiro você vai achar esse texto longo, mas "por favor leia"!!! segundo, talvez você ache dispensável intitular esse artigo com um nome que de tão sublime pode ser jogado na vala da incredulidade. É, porque agora tudo corre sério risco de ser banalizado num mundo insistentemente igual que nega a singularidade.Mas dois episódios no âmbito esportivo deixaram-me encantado: A primeira foi acompanhar a final da Eorocopa Uefa entre Alemanha e Espanha e a segunda rever os melhores momentos de Suécia e Brasil na final antológica de 1958.

Não, não estou exagerando, felicidade existe e surge de forma mágica, no domínio perfeito de uma bola, num lançamento milimétrico, em dribles sequenciados na direção do gol, na gana de desarmar o adversário e iniciar um contra-ataque, no chute certeiro ou na defesa espetacular. Estava com saudade do triunfo da justiça no futebol. Para o bem do esporte a justiça foi feita com a Alemanha tradicionalíssima que mais uma vez, mostrou que é uma das escolas mais importantes do futebol mundial.

Desacreditada há quatro anos, se renovou e hoje os dicípulos de Fraanz Beckembauer, Klaus Heinz Humenigge e Mathaüs desfilam o mesmo futebol vigoroso, objetivo e perigoso que o mundo aprendeu a aplaudir. Os alemães estão mais maduros do que na última copa e deram mostra deste novo momento já no jogo contra a Turquia quando bateram "os soldados de Istambul" num jogo emocionante.
E a Espanha, o que dizer da "Furia Roja". Com uma história marcada de traumas e fracassos em que começava sempre bem e desandava no final, a Espanha estava afinada e pronta para vencer a competição. Recordo aqui da Copa de 1986 no México. Na partida contra o Brasil os espanhóis jogaram melhor e tiveram um gol legítimo anulado, depois de um chute do meia Michel que bateu no travessão e dentro do gol enganando o juiz da partida. Nesta mesma copa a seleção "andaluz" não tomou conhecimento da Dinamarca, até então "Dinamáquina" que vinha literalmente jogando bonito e "atropelando" os adversários com os irmãos Laudrup e cia. Naquela partida histórica, a Espanha venceu a "sensação" do Mundial de 1986 por 4 a 1 com os quatro tentos marcados pelo atacante Butragueño.

Bom, quem ainda tinha dúvidas sobre a força da seleção espanhola, se convenceu nesta Eurocopa: futebol mágico de passes envolventes, triangulações que davam "vertigens" nos adversários, dribles desconcertantes, toques refinados, gols lindos e uma equipe que ignorava o medo. Personalidade forte e afinada como uma orquestra. A Espanha parecia uma escola "latino americana", criativa e com algo mais: raça e conjunto. O técnico Luiz Aragones, soube armar muito bem o seu time, com dois zagueiros jogando em linha, dois laterais fortes na marcação e no apoio. No meio campo o melhor segredo. O volante brasileiro Marcos Senna, desarmando como "um leão de chácara" e saindo para o jogo com a mesma desenvoltura, Xavi fazendo o papel do segundo volante e armando como um meia, Iniesta pelo lado direito e David Silva pela esquerda eram rápidos e descobriam espaços onde "não existiam", desnorteando os adversários.

Na frente o excepcional Villas driblava, corria, chutava e marcava como um lobo insaciável. Do outro lado "El Ninõ" Torres parecia uma aguia, pronto para o ataque certeiro, como no gol da vitória contra a Alemanha. A Espanha deu uma "aula espetáculo" de futebol. O exemplo serve para alertar aos brasileiros que insistem em jogar como a maior parte das seleções europeias de antigamente. Futebol, sofrível de "cintura dura" e sem imaginação.

E por falar no Brasil tive a alegria de rever os heróis brasileiros da Copa de 1958. A TV Cultura mostrou os melhores momentos da final contra a Suécia. Sem querer apelar para a pieguice nostálgica, fiquei boquiaberto com a exibição "dos mestres" da bola. Como a maioria dos brasileiros só conseguia acompanhar alguns poucos lances em preto e branco daquele jogo memorável, quando as emissoras de televisão exibiam alguma matéria. Confesso que ao acompanhar os melhores momentos ví muita coisa que nenhum narrador ou comentarista falou. Procurei assistir aos lances como um cético para tentar fazer um melhor julgamento do que teria sido aquela geração. Fui surpreendido.

É mentira a idéia de que tudo era mais fácil no futebol, de que só o Brasil jogava. A seleção canarinha era "orgulhosa" no bom sentido, os jogadores tinham amor e sabiam o que representavam, eram "intelectuais de chuteira" que conheciam o valor de fazer as coisas certas, com talento e sentimento.

O goleiro Gilmar era rápido e ágil não só nas defesas que fazia como na reposição de bola(com a perna esquerda), Djalma Santos, uma saúde de ferro. Jogador viril, excelente na marcação, técnico e forte para apoiar.O arremesso lateral parecia um chute. Belinni, o capitão, seguro nas intervenções por baixo e ótimo por cima, sem falar na "autoridade" que exprimia dentro de campo. Orlando Peçanha, quarto zagueiro que sabia sair jogando e chegava para apoiar o meio campo. Nilton Santos, elegante, espírito de liderança, inteligente e esperto. Zito, volante moderno e corajoso, defendia e apoiava com personalidade. Didi, poderia chamá-lo de a "insustentável leveza do ser". Fino no trato com a bola, lançamentos perfeitos de "três dedos", destreza na cobrança de faltas, como na famosa "folha seca" e autor de um dos gestos mais nobres que ví no futebol.

O Brasil em desvantagem contra a Suécia, toma o primeiro gol e Didi como "um príncipe", pega a bola no fundo das redes, levanta a cabeça e sai com a esfera debaixo do braço até o centro do campo, como se nada tivesse acontecido.O gesto que valeu mais do que mil palavras ou quinhentas sessões com um psiquiatra. Zagallo, era "o ponta falso" de Feola que mais tarde seria copiado por outros técnicos, futebol discreto, jogava para o time e aparecia de surpresa na área. Na frente, o trio maravilhoso, Vavá, atacante forte, guerreiro e moderno que não ficava parado como ponto de referencia, aparecia para receber, servia de pivô nas jogadas de ataque, trombava quando era necessário e marcava gols como uma flecha certeira.

Na ponta direita a genialidade do "anjo de pernas tortas", inventando dribles, enchendo de pavor os marcadores, "os "joões", como costumava chamá-los, desconstruindo regras e se divertindo a valer. Garrincha era um poeta da bola. Ele fez versos e foi cúmplice da bola, até na "apoteose do futebol mundial". Pelé, o menino de três corações com apenas 17 anos, jogando como um mestre, ensinando quais eram os fundamentos do futebol e emprestando a sua genialidade juvenil para encher de felicidade milhões de corações em Estocolmo, no seu país e no resto do mundo.
J.Menezes

Poesia: RESPOSTA A UM AMIGO


Facilmente faço trovas
Em vez de fazer soneto.
este é mais longo, demora,
Rápido assim não prometo.

A trova - uma tocha acesa -
Dá calor ao coração.
Prova melhor com certeza,
Quanto vale um afeição.

Miguel Santos

IMPRENSA ESPORTIVA E INSANIDADE

O escritor e jornalista Gabriel Garcia Marquez afirmou numa entrevista concedida a Revista Caros Amigos no ano passsado que "a imprensa do Brasil era a mais tacanha do mundo". Os amigos mais próximos de "Gabo" dizem que ele diz isso para todos os jornalistas. É uma forma de provocar e fazer com que o jornalista não perca "a originalidade do seu ofício".
Bom, tenho acompanhado os "arroubos vacilantes" da imprensa esportiva brasileira, especialmente da televisão e sinceramente "embrulha o estômago" tanto sensacionalismo, adulação, críticas sem coerência, falta de bom senso, irresponsabilidade na divulgação dos fatos e arrogância. A questão é que não são apenas jornalistas e radialistas que opinam, mas ex. jogadores de futebol que não tem a mesma competência de um jogador de futebol para comentar e ai começa um festival de errro de português, incoerências, ignorância e maledicências contra juízes, jogadores e técnicos. Até onde vai o limite da imprensa esportiva brasileira?
No jogo polêmico entre Nático e Botafogo nos Aflitos, teve de tudo, menos equilíbrio que não partiu só do jogador do Botafogo que começou tudo mostrando um poder que não tem, passou pela falha dos administradores do estádio que provou não ter estrutura para resolver situações de crise e realmente foi um risco permanecer tanto tempo com o jogador exposto na frente de um vestiário e depois ao passar no meio da torcida, mas "o festival de baboseiras" da imprensa é o que tem de mais torpe. Na cobertura do fato vimos preconceito, despreparo, motim e abuso na informação.
Há hoje no Brasil um denuncismo "nojento" e ao mesmo tempo uma adulação que não combinam com a boa informação. O apelo de Gabriel Garcia Marquez para que os jornalistas sejam sobretudo "humanos" é urgente num momento de total cegueira, soberba e abuso de alguns comunicadores da grande mídia.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

SÃO JOÃO DE PETROLINA

O São João de Petrolina já começou nos bairros, mas o "ponto alto da festa" deve aconetcer entre os dias 19 e 28 de junho no Pátio de Eventos do centro de Convenções da cidade. Segundo o Secretário de Cultura e Turismo do Municipio as principais atrações esse ano são: Festival do Vinho, Vaquejada, Missa do Vaqueiro, Jecana do Capim, Corida dos Namorados, Concurso de Quadrilhas e ruas ornamentadas.

No Centro de Convenções será montad uma estrutura com duas tendas para apresentação de forró pé-de-serra, camarotes, 20 barracas e palcos. Já estão confirmados na festa Targino Gondim e Raimundinho do Acordeon. Na próxima semana devem ser confirmadas as participações de Zezé de Camargo e Luciano, Leonardo, Gatinha Manhosa, Calypso e do Ministro Gilberto Gil. Segundo Vinícius de Santana a expectativa é de que 40 mil pessoas passem diariamente pelo palco do "QG do forró" no período junino.



A segunda edição do projeto Palco Giratório vai dar oportunidade para que grupos de teatro do interior pernambucano possam também mostrar seus espetáculos. As cidades beneficiadas são: Limoeiro, Caruaru, Arcoverde e Petrolina que ganham mais espaço nas apresentações de 2008. São quatro peças do interior. Segundo a coordenadora do projeto Galiana Brasil, em 2007 prticamente todas as sessões ficaram lotadas. A idéia é repetir a dose esse ano.

Os espetáculos do interior estão enquadrados no perfil do projeto Dramaturgia - Leituras em Cena, que trabalha o Teatro da Resistência. As apresentações teatrais no Palco Giratório são seguidas de um bate-papo entre elenco e público e contará também com oficinas de teatro, debates e mesas redondas com atores e diretores. As apresentações já começaram em Recife. É a segunda vez que o projeto organizado pelo Sesc acontece na capital de Pernambuco. Este ano 23 companhias sobem aos palcos dos teatros do Recife. As apresentações vão até o dia 23 de maio. O Palco Giratório é um dos maiores festivais de artes cênicas do Brasil.

Poesia: ESTADO D'ALMA

Hoje,
deu-me vontade
de escrever.
Mas, escrever o que?

tudo...
Nada...
tudo...
Nada...

desejei,
ardentemente,
mostrar em letras
tudo que sinto,
mas não mostrei
nada

.. .. .. .. .. .. .. ..

José Olivá Apolinário

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O VALE E A CRISE DE ALIMENTOS


O anúncio feito pela Organização das Nações Unidas é alarmante. Mais de 100 milhões de pessoas sofrerão com a crise de alimentos no mundo. O caso mais emblemático essa semana foi a o aumento do preço do arroz. Três causas são apontadas para a crise: o aumento do preço do petróleo, a especulação no mercado e o aumento da demanda. As pessoas estão comendo mais e a produção de alimentos não está acompanhando o mesmo ritmo. A notícia serve de reflexão não só para regiões com falta de alimentos, mas também para as que produzem como o Vale do São Francisco.

Outro dia falávamos aqui sobre a alta do feijão, produto básico na alimentação dos brasileiros que estava sendo vendido no início do ano a R$ 6 reais. Já há uma crítica em relação aos bio-combustíveis. É que o milho está sendo usado em larga escala nos Estados Unidos para a produção de etanol. No Brasil, um dos trunfos do Governo Lula é usar os "combustíveis limpos" extraídos da mamona, do dendê, da cana de açúcar, entre outros para a produção de etanol.

O líder Cubano Fidel Castro já havia alertado sobre o perigo de ocupar grandes extensões de terra para a produção de combustível em detrimento da falta de alimentos, especialmente nos países mais pobres. Lula tem "sutilmente" rebatido esse discurso. Na última semana disse que a crise é passageira.

Diante desse quadro o que falar do Vale do São Francisco? Hoje a região é considerada "uma fronteira agrícola" no semi-árido nordestino, com uma produção que ajuda a abastecer o consumo interno, (feita pelos pequenos produtores), mas com os olhos voltados para o mercado internacional (grandes produtores). Não estamos falando aqui de grãos, mas de hortifrutigranjeiros. De qualquer forma é alimento do mesmo jeito.

Essa crise deve servir de alerta para que as autoridades governamentais pensem num programa sustentável de desenvolvimento a médio e longo prazos que esteja pautado principalmente na questão social. Ocorre que a visão desenvolvimentista tradicional, via de regra está focada essencialmente no lucro. A lógica puramente mercantilista ignora as necessidades estruturais e o resultado é o que estamos assistindo, crise de alimentos e populações ameaçadas pela fome.

Os economistas já admitem que o neoliberalismo "está cercado" e que o estado vai ter que voltar a interferir na economia para consertar os "erros da ganância" capitalista. Lembram das privatizações? No Vale do São Francisco já é preocupante a falta de políticas públicas no tocante ao "modus operandi" da gestão na agricultura, mesmo reconhecendo que a região mudou muito nos últimos 30 anos.

No final da década de 1960, a prioridade era incentivar a pequena agricultura, possibilitando que os colonos melhorassem as condições de vida de suas famílias, com assistência técnica, apoio creditício e assistência social. Hoje o que se observa é que a maior parte da população dos projetos irrigados consome água sem tratamento (direto dos canais), paga caro pela água utilizada nos lotes irrigados e os núcleos irrigados sofrem com a favelização e com a criminalidade.

É preciso encontrar o equilíbrio no que diz respeito à atenção dada pelos órgãos governamentais aos pequenos e grandes produtores na região. Sem isso de nada vale a "retórica fácil" dos políticos nas páginas e páginas de jornal e matérias de televisão apontando o Vale do São Francisco como "ilha de excelência".

Os "nossos homens públicos" precisam se instruir e acordar. A palavra desenvolvimento hoje tem um outro significado que implica responsabilidade social e respeito às diferenças. Essa retórica valorativa de "paraíso às margens do São Francisco", soa falso e expõe uma temática que merece ser discutida urgentemente. Afinal, que espécie de desenvolvimento estamos construindo no Vale?

J.Menezes

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO


A Universidade do estado da Bahia- UNEB(Campus III Juazeiro), será sede do Segundo Encontro Regional de Estudantes de Comunicação - ERECOM que será realizado de 30 de abril a 04 de maio. A temática do evento é: "Um diálogo Necessário na luta pela superação das opressões".
Os participantes estarão debatendo a discussão dialógica entre comunicação e educação, numa perspectiva de superação das opressões. Um dos convidados para o ERECOM é o professor da Universidade de São Paulo Ismar de Oliveira Gomes. Ele vai abordar a relação entre comunicação e educação na contemporaneidade.
Os Outros convidados são, o documentarista argentino Carlos Pronzato e os professores Rilmar Lopes e Antonio Câmara da universidade Federal da Bahia - UFBA.

Poesia: O MAR


O mar beijou a praia nua
Respingou o céu no ocaso
Ninou o menino travesso na onda saliente
tocou o rochedo inerte e quente

O mar se encheu de luz e cor
Brincou com o sol, contemplou o farol na solidão do tempo
Lavou a alma do homem triste

O mar abraçou o rio na pororoca
Cantou na maré de lua cheia
Sorriu no verão tropical
Bebeu na fonte morna e natural do ocaso

O mar navegou com os ventos errantes
debruçou sob o clarão das estrelas
como é a sina dos amantes.

J.Menezes

CURSO TRABALHADORES DO TEATRO

Requalificar os trabalhadores do teatro. Essa é a missão do Projeto "Retrate Interior", coordenado pelo Governo do estado da Bahia, através das secretarias da fazenda e a da cultura. O evento é patrocinado pelo Fundo de Cultura do Estado dentro do programa Fomento à Cultura.
São oficinas gratuitas para os participantes que também terão aulas e material didático. Os municípios contemplados são Juazeiro, Cipó, Valença, Barreiras, Itaberaba e Guanambí.
Podem participar candidatos que tiverem concluído o ensino médio, quatro anos de trabalho profissional comprovado como ator ou diretor, atores e diretores com menos de quatro anos de prática ou em processo de Curso do Ensino Médio, atores e diretores que já tenham registro profissional. Mais informações podem ser obtidas no Centro de Cultura João Gilberto em Juazeiro.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

CRÔNICA: ÔNIBUS


Brasileiro é louco por carro diz o comercial de TV. É verdade, a frase já virou até clichê. Mas também por ônibus, por espontânea pressão, e às vezes até por opção.

Vejamos: o ônibus é a salvação dos sem carro. É sempre a dor de cabeça dos ansiosos quando o "monstrengo" teima em não chegar ao ponto no horário de costume. O passageiro agoniza e o "tic" nervoso e tão inevitável quanto à volta incessante dos ponteiros do relógio.

O ônibus é o caos da segunda feira, mas o abrigo temporário do mal humorado, da moça com TPM, do bla, bla, bla do hipocondríaco. O ônibus está entre a esperança e o desespero do "homo urbanus".

O ônibus ainda continua sendo uma das melhores desculpas para o inconfundível atrasadinho que ao cruzar com o patrão na recepção da empresa dispara: desculpe, foi ele, o "buzú".

O ônibus é a agonia do trabalhador, mas o transporte perfeito depois de uma carona frustrada. É o bem e o mal necessários, o confidente silencioso para os sentimentos mais secretos.

No ônibus se vê de tudo e em tempo real. Desde os arroubos e as tagarelices dos adolescentes na alegria do encontro, até ao acesso de fúria do rebelde "com causa" que o transforma em sparing para se vingar do mundo "injusto".

O ônibus é a linha tênue entre a paranóia do dia a dia e a busca contínua e inglória pela sobrevivência. É um ícone do modus vivendi da contemporaneidade. É um dos símbolos dos "ismos". Do capitalismo e do socialismo.

Tem lotação para todos os gostos: leito, semi-leito, executivo, semi-executivo, "baby bus" e de andar. Tem também o pinga, popular e folclórico: pode chamá-lo também de "catatau". Neste vai gente, bicho, muamba e bugiganga. O pinga para tantas vezes durante o percurso que o câmbio da máquina fica lerdo e o motorista "pirado".

A luta no pinga é saber quem vai ganhar a cadeira da janela. Quem tiver mais sorte, fica livre da sofreguidão, da "mão boba", dos pisões, cotoveladas e do desodorante vencido. Será que a expressão "corredor da morte" não surgiu no pinga?
O ônibus é uma fonte viva de Histórias e "estórias". Preste atenção no papo do malandro, no diálogo desconexo dos bêbados, nos discursos messiânicos dos fanáticos, nas intermináveis discussões sobre futebol, política ou big brother!

No ônibus é assim: de solavanco em solavanco o passageiro vai "ruminando seus pensamentos", ignorando a paisagem que já viu ontem. Na cadeira ao lado a "teen" não pára de repetir para a colega com quem vai ficar na festa de haloween.

O ônibus também é cultura, mas também "acultura" e o passageiro precisa aprender a arte da paciência. A expressão "o trem da história", poderia ser substituída para o "o ônibus da história".

No percurso há dois momentos gloriosos: primeiro quando o transporte sai do ponto de parada, segundo quando chega ao destino. O resto é luta. Luta contra si mesmo e contra a vontade alheia.

É um situação de dependência, pois a liberdade no ônibus está apenas no pensamento. Dependo do motorista, dependo do folgado que cruza os braços no meio do corredor, dependo do cobrador que avisa ou não "ao motor" que ainda estou subindo ou que ainda não desci, dependo do solidário passageiro que vai pedir ou não o pesado fardo que carrego em pé.

Dependo até do clima: se o dia tiver calorento posso chegar amarrotado ao trabalho, posso perder o vale transporte em meio à confusão. Posso perder a prova, a carteira, o compromisso, só não posso perder o bom humor, afinal: amanhã começa tudo de novo.

J.Menezes

domingo, 20 de abril de 2008

LIVRO OU SANDUÍCHE

Não se vendem mais livros nas livrarias, mas sanduíches e outras coisas que não são ligadas à literatura. A afirmação é do poeta e escritor Afonso Romano de Santana que proferiu palestra no Centro de Cultura João Gilberto. Ele explicou que os escritores brasileiros são os mais penalizados, já que as livrarias estão repletas dos "best selers".
Criticou a falta de bibliotecas no Brasil. Disse que ao dirigir a Biblioteca Nacional, fez uma pesquisa e constatou que mais de três mil municípios brasileiros não tinham biblioteca. "O que o Brasil precisa é de um projeto nacional de cultura que possa promover o desenvolvimento.
Enfatizou:

.CULTURA NÃO É SÓ LIVRO
.NEM TODO MUNDO É ARTISTA E NEM TUDO É ARTE
.TUDO QUE ACONTECEU NO BRASIL DE 1982 PARA CÁ, A CULPA É MINHA(Ao se referir a crônica que escreveu sobre o então Presidente João Batista de Figueiredo - "A Preguiça do Presidente", - Affonso Romano de Santanna).

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Operação Tiradentes


Chegou o feriadão, muita gente deve "pegar a estrada" e os cuidados devem ser redobrados.A informação é da Polícia Rodoviária Federal. Essa bem que pode ser a primeira frase de uma matéria de televisão ou de rádio, como telespectadores e ouvintes estão acostumados a ouvir no agendamento de notícias do nosso cotidiano. Embora os telespectadores cobrem maior "criatividade" na forma de abordar a notícia, raramente o texto muda nestas ocasiões.

Lembrei agora de uma conversa com a apresentadora da Globo Carla Vilhena quando esteve em Juazeiro para uma reportagem sobre o aniversário os 500 anos do Brasil. Ela dizia que a avó sabia decorado os textos dos repórteres de televisão durante o período de carnaval. A repetição constante e sem nenhuma inovação, gera esse tipo de depoimento. O telespectador não é mais o de trinta anos atrás, ficou mais crítico e está mais atento a forma como a notícia é construída.

Mas "o fenômeno" terá replay. É que a Polícia Rodoviária Federal já "decretou a operação Tiradentes" e o objetivo é prevenir acidentes que aumentam nas estradas durante os feriados. A operação já começa na sexta feira com orientações e blitz. Os motoristas devem ficar alertas para os animais na pista, prestar atenção nas placas de sinalização, fazer uma revisão nos veículos antes da viagem, não fazer consumo de bebida alcoólica enquanto estiver dirigindo, não dirigir com sono, respeitar os limites de velocidade, etc.

Os motoristas brasileiros já não são tão inocentes. A questão não é falta de informação, nem tampouco de orientação, mas de prudência, respeito com os outros e de disciplina. O número de acidentes nas estradas no país suplanta o de vítimas de guerras e os resultados são alarmantes.Anualmente são 35 mil vítimas fatais de acidentes automobilísticos. Tem curiosidades impressionantes sobre o perigo na direção. Uma delas é que o brasileiro assimilou bem o uso do cinto de segurança, mas só do dianteiro, os motoristas são indiferentes e resistentes ao uso do cinto do banco de trás pelos passageiros. Esse é só um exemplo dessa "cultura tupiniquim" de transgressão que é claro, inclui também os motoristas.

JUAZEIRENSE

O torcedor do Juazeiro ainda não sabe qual será o destino do time. Depois da péssima performance no campeonato de 2008, o tricolor se transformou numa icógnita.Com dívidas, sem elenco e com o torcedor desconfiado, a diretoria aposta "as fichas" no time de Juniores que vem fazendo ótima campanha. O tricolor deve disputar a "Taça Bahia" uma competição sem muita expressão que serve mais para preencher uma lacuna no calendário do futebol baiano.

Mas enquanto a diretoria pensa na situação do Juazeiro, uma "outra diretoria" já pensa na disputa do Campeonato Baiano de Acesso. Um grupo liderado pelo deputado estadual Roberto Carlos está empenhado na organização do "Juazeirense", um clube novo que deve estrear já em 2008 e segundo informações terá um uniforme semelhante ao da seleção de Portugal. A idéia da diretoria é classificar o time já para o Campeonato Baiano de Profissionais de 2009.

Outra intenção do Juazeirense é formar um grupo forte e experiente. A idéia é contratar o elenco titular do Petrolina que está disputando o Campeonato Pernambucano. Ocorre que, se o Petrolina disputar o Campeonato Brasileiro da Série "D", o Juazeirense terá que procurar outra opção.

Perguntar não ofende!!! Porque o Juazeirense não poderia ter outro nome, como Veneza por exemplo, um dos times amadores mais tradicionais da cidade? Seria uma justa homenagem ao futebol romântico da cidade e o nome é muito bonito. Não entendo a razão dessa insistência em dar aos clubes o nome da cidade de origem. Outra "invenção curiosa" é essa história de registrar no nome do jogador, a cidade de origem. Virou um estereótipo e apaga o sobrenome do atleta.

As duas fórmulas estão cansadas. Em Petrolina um grupo de empresários trabalha com a perspectiva de preparar o América(time amador mais tradicoional da cidade), para disputar o campeonato pernambucano. Segundo informações, os alvi-rubros querem entrar na competição não como meros "coadjuvantes", como é praxe no interior do estado, mas com estrutura e em condições de brigar por títulos. Essa postura deixa os torcedores esperançosos. É esperar para ver.

TORCEDOR FELIZ COM VITÓRIAS DO PETROLINA E JUAZEIRO JUNIORES

Semana abençoada para o futebol da região, depois do rebaixamento da equipe principal do Juazeiro e a ameaça da queda do Petrolina, as equipes de futebol voltaram a animar o torcedor. Os juniores do Juazeiro surpreenderam o Vitória no estádio Adauto Morais numa virada sensacional pela semifinal da categoria. O time perdia por um a zero até a metade do segundo tempo com um gol do Cleyton Domingues e virou o placar para dois a um.

O Vitória chegou a Juazeiro como franco favorito já que não havia perdido ainda na competição, havia marcado 55 gols e sofrido apenas cinco. Na linguagem futebolística "sobrava" na tabela. Começou mandando no jogo, atacando e criando mais situações de gol. com um melhor posicionamento dos jogadores em campo. O Juazeiro se fechava na defesa mas em compensação não conseguia sair com facilidade da defensiva para o meio e a bola raramente chegava no ataque. No segundo tempo, com a entrada do meia Romário, o time acelerou o rítmo e passou a ser mais agressivo e o meia Marquinhos(destaque do jogo) passou a criar as melhores jogadas. Foi premiado com a atuação empatando a partida, após um chute forte de fora da área.O atacante Juninho Paraíba virou já no finalzinho do jogo num lance parecido. Chutou forte e colocado não dando chance ao goleiro rubro negro.

A próxima partida será no Estádio Manoel Barradas em Salvador. Os torcedores do tricolor que amargaram derrotas da equipe principal tiveram motivos para sorrir e saíram do Adauto Morais orgulhosos com a performance dos garotos. No Estádio paulo Coelho, o Petrolina confirmou a boa fase vencendo o Santa Cruz por dois a um e também de virada. O Santa chegou a Petrolina para garantir o terceiro lugar no Campeonato Pernambucano, vinha de uma campanha irregular e chegou a ficar no grupo "da degola" que seria rebaixado para a segunda divisão da competição. Mas desde o início da partida ficou clara a boa fase da "fera sertaneja".

O time dominava a partida e encurralava o tricolor pernambucano que saiu na frente com um golaço de Alexandre de fora da área, mas o Petrolina não se intimidou e empatou a partida ainda no primeiro tempo com o meia Alan cobrando penalidade. A virada veio no segundo tempo com o lateral Piau, após cruzamento da esquerda. Os maiores destaques da partida foram o volante Gama e o meia Alan. Pelo Santa Cruz o veterano goleiro Jean(ex. Vitória, Cruzeiro, Bahia, Guarani e Cotinthians) que anunciou a despedida do futebol após a última rodada do pernambucano. O técnico Mário Cezar "Cupira", que tem o mérito dessa recuperação do Petrolina disse que a maturidade e o empenho do grupo são os maiores responsáveis pela boa fase.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Violência, Economia e Cidadania


A violência é um dos maiores inibidores do crescimento econômico e do exercício da cidadania. A informação é do ex. Secretário de Segurança Pública de Bogotá Hugo Acero Valásquez, expert no assunto que vem realizando palestras em várias cidades da América do Sul. A última foi em Macaé no estado do Rio de Janeiro. O consultor já esteve em Petrolina. O Brasil ocupa a nona posição num ranking organizado por ele com 28 assassinatos para cada 100 mil habitantes.

As cidades consideradas mais violentas no país são Recife com 67 mortes e São Paulo logo atrás com 53 assassinatos para cada 100 mil pessoas. Acero informou que os prefeitos precisam assumir responsabilidades em relação a questão da violência.

O consultor alerta que além do âmbito político, as mudanças devem acontecer também na técnica realizada pelas policias. Acero registrou que no feriado santo foram assassinadas cinco pessoas em Petrolina e questionou quantos dos assassinos tinham sido presos. O ex. Secretário de Segurança Pública de Bogotá disse que hoje quando uma empresa quer se instalar numa cidade, uma das primeiras providências é saber do índice de violência na região, dependendo do resultado pode não se estabelecer e a comunidade perde.

Acero enfatizou que instituições como o Ministério Público, policias, Justiça e outras indiretas podem se unir e reduzir os índices de violência. Ocorre que a violência também é uma evidência clara da miséria. As cidades precisam investir pesado não apenas no combate em sí, mas na raiz do problema que é a falta de políticas públicas eficientes.

Prefeitos Cassados

Segundo dados da Justiça Eleitoral, 250 prefeitos eleitos nas eleições de 2004 perderam o mandato. 90 deles foram afastados no ano passado. Alguns se mantém no cargo através de liminares. Entre as denúncias estão: abuso de autoridade, de poder econômico e a compra de votos. Só a cidade de Caldas Novas no interior de Goiás, teve quatro prefeitos em três anos de governo municipal.

Em outras cidades, o presidente da Cãmara de Vereadores assumiu a prefeitura. Nesses casos a condenação por crime eleitoral atingiu tanto a chapa eleita como a derrotada. Na cidade de Guarujá-Mirim em Rondônia, houve prefeito que foi cassado, venceu uma nova eleição, e meses depois, foi rejeitado do cargo pela justiça. A cassação do prefeito pode ser determinada tanto pelo juiz eleitoral como pelo Tribunal Regional Eleitoral.

O Ministério Público, partidos e coligações podem oferecer denúncia contra os eleitos. "A farra dos mau prefeitos" ocorre principalmente em cidade pequenas onde a justiça deveria fazer uma fiscalização mais efetiva. "Esses ladrões disfarçados" de homens públicos tem que que ser alijados definitivamente da política e levados à prisão. Se o Brasil quiser ser o país que almeja: justo, respeitado, íntegro precisa sepultar a "cultura da razão cínica" ou "lei de Gerson" que atinge praticamente todas as esferas da sociedade.Essa prática miserável culmina com a desigualdade e a miséria.

POESIA: Desafio das Léguas


QUANDO EU ERA MENINO
FUI VAQUEIRO DO MEU DESTINO
MEU CAVALO SEM ARREIOS
A VIDA SEM DESATINOS
A VIDA FEITA DE ATINOS
E O MEU CAVALO SEM FREIOS

VOAVA LIVRE
QUE SOLTO NO VENTO
VARAVA O TEMPO
LIBERTO DAS RÉDEAS
VOAVA PÁSSARO
DO PRÓPRIO TEMPO
E A LIBERDADE NÃO ME DAVA TRÉGUAS
VARAVA RÁPIDO O TEMPO CINZENTO
MOLEQUE AFOITO, DESAFIO DAS LÉGUAS

HOJE
VAQUEIRO DO MEU DESTINO
POR NÃO MAIS SER MENINO
SEI, NÃO POSSO SER....

CONHEÇO BEM
O MAL QUE ME DEVORA
MAS ELE USA ESPORAS
SEM QUE EU POSSA PERCEBER

Virgílio Siqueira

domingo, 6 de abril de 2008

Affonso Romano em Juazeiro


O escritor Affonso Romano de Santanna estará em Juazeiro no próximo dia 10 de abril. Ele faz palestra às 19h30, no Centro de Cultura João Gilberto no ciclo Projeto TIM Grandes Escritores. Essa á a terceira etapa do projeto que já trouxe à cidade, nomes consagrados da literatura brasileira como Marina Colassanti e Zuenir Ventura.

"Vida e Obra" será o tema da palestra, que também terá a participação do escritor da região, Angelo Roncalli. Num momento em que a indústria cultural impõe o "menu" do que deveremos consumir, através de aberrações com nome de música e "literatura de quinta" (e não me venham com essa história de "cabeça aberta ou democracia) para engolir "beber, cair e levantar" ou "créu", acredito que iniciativas como a da multinacional deveriam ser uma constante.

Nós que estamos sempre criticando a atuação das transnacionais que só estimulam o consumismo e o acúmulo de riquezas em detrimento da desigualdade galopante, há projetos que podem ser dignos de reconhecimento e estimular os jovens a buscar novas formas de entretenimento, que contribuam com o desenvolvimento cultural.Vale à pena assistir.

Promessa da Compesa


O diretor presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), João Bosco de Almeida anunciou em Petrolina que em quatro meses o Rio São Francisco deixará de receber esgoto sem tratamento. Garantiu que a companhia fará um investimento na ordem de $57 milhões de reais até 2010, o que segundo ele, irá garantir um saneamento de 100% no município.

A vinda de Almeida a cidade revela a crise que se estabeleceu no setor de abastecimento de água, que vem sendo criticado pela população e autoridades. Segundo João Bosco, com a modernização da estação de tratamento, que tomará 40% dos recursos e com a recomposição do curso original do Riacho Vitória, os problemas serão solucionados.

A pergunta que a Compesa não respondeu ainda é: porque só agora, depois que a população se mobiliza é que as providências são tomadas? Há 10 anos é esse desgaste da população que se sentia impotente diante da falta de soluções, de algumas representações políticas da cidade que esperavam sucesso e dividendos políticos e não conseguiram resolver a questão e da própria companhia que teve a marca "arranhada", perdendo credibilidade. O prejuízo maior ficou com a comunidade mais pobre que foi obrigada a consumir água de qualidade duvidosa.

Poesia: Mulher


Você tem o sal da vida
A força oculta da inspiração
A leveza da menina dos olhos

Seu corpo rijo é um convite ao amor
A volúpia que emana dele é uma ironia
Ao pudor, é um verso materializado

A juventude em você salta aos olhos
É seiva de planta tenra
Bálsamo para os corações aflitos

Por falar em olhos, eles são entorpecentes
Falam, desnudam sua alma sublime

Tua boca é um capricho de ninfa
Seu beijo, morno como água de termas,
Implacável, arrebatador, quase eterno

Seu abraço, ardente como calor de verão
Seu colo não menos cálido
Os afagos, ternos e constantes

Teu porte de fêmea superior, contrasta com o gesto
Desconcertante de menina, que expõe a cândida
Timidez

Você á assim:forte para chorar quando é preciso
Intuição latente e sutil, livre para dizer sim ou não,
Capaz de ter o mundo aos pés, disposta a morrer por
Um ideal. Você é mulher.

Jota Menezes

Chuvas de Março

"É pau é pedra, é o fim do caminho, é um pedaço de toco, um pouco sozinho, são as águas de março fechando o verão". O clássico da MPB de Tom Jobim traduz o que acontece no mês de "São José", quando as chuvas anunciam o fim de uma estação. No caso do Nordeste brasileiro, as chuvas de março não são tão freqüentes e fortes como as precipitações deste ano. As cidades estão maltratadas e os desabrigados voltaram à cena, não como em 2004 quando centenas de pessoas ficaram sem casas.A situação é preocupante, mesmo assim.

Amanhã (segunda-feira, 07/04/08) deve sair uma medida provisória para agilizar recursos e socorrer as vítimas das chuvas. O ministro da Integração Geddel Vieira Lima, disse que a matéria já foi encaminhada ao Ministério do Planejamento e aguarda só a assinatura do presidente Lula. Os estados beneficiados num primeiro momento serão: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Bahia.

As populações das cidades acabam penalizadas pela falta ou fragilidades na infra-estrutura. Os administradores municipais precisam apresentar ao governo federal, verbas e planos consistentes e convincentes de reestruturação dos perímetros urbanos que contemplem obras prioritárias. Agindo assim, as cidades estarão mais preparadas para suportar temporais contínuos como os de março.

domingo, 30 de março de 2008

MINISTÉRIO PÚBLICO NOS BAIRROS

O Ministério Público de Pernambuco iniciou na semana passada um programa de visitas aos bairros de Petrolina. A primeira comunidade beneficiada foi o bairro João de Deus. O objetivo é ouvir as pessoas sobre seus direitos. As associações de moradores participam ativamente do projeto, convocando as pessoas e organizando o evento. Os promotores conversam com os moradores, dão palestras e exibem vídeos educativos sobre a importância da cidadania.

No final da manhã o Grupo de Teatro do Sesc apresenta um espetáculo com o tema cidadania. Iniciativa louvável que deve ser repetida muitas vezes. No Brasil, os cidadãos não desenvolveram uma cultura de se relacionar com o judiciário. Sempre houve um abismo enorme entre as comunidades e os órgãos de justiça. Atitudes como essa, deixam mais claro para os brasileiros o que significa ser cidadão. A iniciativa também aumenta a auto-estima do povo.

Projeto Pontal será Desestatizado

As equipes da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba - CODEVASF, do Banco Mundial e do International Finance Corporation - IFC, trabalharam durante três anos para incluir o Projeto Pontal no Programa Nacional de Desestatização - PND. O Pontal é o primeiro perímetro irrigado do Brasil, incluído no PND.

A privatização prevê a concessão de projetos, enquadrados no modelo de parcerias públicas privadas - PPP. Serão 25 anos de concessão. Após esse período, o empreendimento retorna ao poder público. Para o presidente da Codevasf, Orlando Cezar da Costa Castro, essa é mais um avitória dos técnicos da companhia, que tem trabalhado com uma visão de futuro para o desenvolvimento dos vales do São Francisco e Parnaíba.

Já estão sendo feitas audiências públicas para que haja a participação das comunidades beneficiadas com o projeto. Também será realizada uma consulta pública pela internet para ouvir as opiniões do setor privado. Segundo o diretor da Área de Desenvolvimento Integrado e Infr´-estrutura da Codevasf, Clementino Coelho, o modelo garante que não haverá dependência total do estado, como ocorre em outros projetos de irrigação.

O Pontal já seria concebido para ter sua emancipação garantida.O objetivo é implantar uma cadeia produtiva de valor agregado, no qual o integrador, a empresa licitada, dará garantias de compra de matéria prima, assistência técnica, fornecimento de insumos e material genético.O Projeto pontal tem uma área irrigável de 7.717 hectares com um custo de R$ 310 milhões.

Segundo a Codevasf, já foram investidos na obra R$ 216 milhões, restando R$ 94 milhões para investimentos em operações e infra-estrutura. A obra gerou 16 mil empregos.Com a privatização, muda´se totalmente o perfil dos projetos de irrigação na segunda metade da década de 1960 e de 1980. A idéia inicial era promover o desenvolvimento do Vale do São Francisco, orientando e incentivando os pequenos produtores que saíriam de um agricultura de subsistência para uma agricultura mecanizada e com maior produtividade. Além disso, o objetivo principal dos governos era melhorar o aspecto sócio-econômico das comunidades.

A expectativa agora é que o governo não esqueça a maior parcela da população que vive da agricultura hoje na região e faça uma opção apenas pelos empresários que ao lucrar com as facilidades oferecidas, como terra barata, mão de obra barata, estrutura de transporte, apoio logístico e financiamentos, nem sempre voltam a investir na região, mas fora dela. O conceito de desenvolvimento hoje mudou. Não adianta só produzir dentro de uma lógica de exportação, mas pensar no fator humano como diretriz fundamental.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Ponte que une ou separa?‏


Fui no dicionário e descobrí que a palavra ponte, designa de "pontífice" ou seja: quem "intermedia o homem a Deus". Grosso modo, a ponte da forma como conhecemos liga um ponto, ou uma margem a outra, facilitando o transporte de veículos, pessoas ou animais. Tudo isso somente para refletir sobre "a nossa ponte Presidente Eurico Gaspar Dutra" que liga Petrolina a Juazeiro. Fazer a ligação da Bahia com Pernambuco se transformou num suplício desde que essas obras começaram. Primeiro as populações das duas cidades não foram preparadas para "o caos" que se instalou depois. O início da obra foi adiado, as obras não cumpriram o cronograma planejado e os problemas se seguiram ao longo da reforma e ampliação. Pequenos acidentes são frequêntes, o desconforto é visível, trabalhadores, motoristas , motociclistas e da Polícia Rodoviária Federal, estão mais estressados com a travessia.

Imagine quem precisa atravessar a via durante 3 ou 6 vezes por dia? E tem gente que enfrenta isso para manter o trabalho. Em dias de protesto então! o "caos se instala de vez" e as duas cidades praticamente param. os reflexos impactam na economia, no bem estar e na qualidade de vida de Juazeiro e Petrolina. Alguém vai questionar e dizer: o que voçês querem afinal? Não é uma ponte bonita, mais confortável e segura? Esperavam não ser "incomodados" com o canteiro de obras? O governo está fazendo a sua parte, atendendo a um pleito antigo. É óbvio que sim, mas o que não dá para entender é essa flagrante desorganização desde o início da obra e a forma como os cidadãos que passam pela ponte estão expostos .

A impressão da maior parte da população é que não houve um planejamento eficiente que levasse em conta a complexidade social, econômica e psicológica que as obras da ponte iriam causar, num trecho de via federal estratégico. Petrolina e Juazeiro não são mais duas cidadezinhas pacatas do fim do mundo. A população aumentou significativamente nos últimos 15 anos e isso é notório. A frota de veículos também acompanhou o mesmo rítmo ou mais.Será que nada disso foi avaliado antes da obra?

Até bem pouco tempo ninguém sabia como iriam ficar os acessos para o centro e orla, principalmente do lado baiano. Não é uma questão de incompreensão ou de exigência sem sentido, mas o assunto é serio e se não foi bem esclarecido ainda, que pelo menos fique registrado para futuras obras que envolve diretamente a saúde e o bem estar das pessoas. Um outro dia ouvi da historiadora Maria Isabel Figueiredo(Bebela), uma informação que acho pertinente: deveria ter sido construída uma outra ponte, porque essa é patrimônio histórico e deveria ser preservada".

É uma obra que se constitui num patrimônio importante da região que faz a ligação do Norte e Nordeste com o Sudeste do país. A ponte Presidente Dutra, foi construída em meados da década de 1950 com tecnologia moderna, importada da França, com esforços de um parlamentar como Manoel Novais.Isso não implicaria na utilização da via. Criava-se uma politica diferenciada de tráfego para a Dutra. Diante do que vem acontecendo, não se surpreendam se as pessoas que precisam fazer essa travessia todos os dias reclamarem ao governo indenização por danos á saúde mental e física. Uma perguntinha que não quer calar: alguém sabe quando esse "calvário" termina?

Univasf abre novos cursos


Eles serão implantados até 2010 nos câmpus de Petrolina, Juazeiro e Senhor do Bonfim e São Raimundo Nonato

O reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), José Weber assinou em Brasília, no último dia 13 de março, o Termo de Acordos de Metas do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Públicas Federais – Reuni, que prevê, entre outras coisas, a criação de oito novos cursos de graduação para a instituição. Estes cursos devem ser implantados entre 2009 e 2010, com oferta de 610 vagas anuais.

Em Petrolina serão incluídos os cursos de ciências farmacêuticas, ciências da atividade física e agronomia. Nos campus de Juazeiro serão implantados os cursos de artes e ciências sociais. Já em São Raimundo Nonato (PI) será o curso de história natural. A outra novidade é a implantação de uma extensão da universidade, no município de Senhor do Bonfim (BA), localizado a 120 quilômetros de Juazeiro, onde vai funcionar o curso de ciências da natureza.

O projeto priorizou a abertura de cursos noturnos. Das oito novas graduações a serem criadas, quatro serão oferecidas no turno da noite. O aluno Heberton Novais, do 5º período de enfermagem disse que a iniciativa possibilita às pessoas que trabalham durante o dia, se qualificarem. "É uma oportunidade para a população. Assim, teremos mais profissionais qualificados na região", declarou o estudante.

A Univasf foi criada em 2002, e o primeiro vestibular aconteceu em setembro de 2004, no qual foi disputadas 530 vagas entre 12 mil candidatos. Hoje a universidade oferece as graduações de medicina, enfermagem, zootecnia. arqueologia, psicologia, administração, que funcionam em Petrolina e os cursos de engenharia civil, agrícola, elétrica, mecânica e de produção, em Juazeiro.

A expansão do ensino superior no Vale do São Francisco, tanto com a implantação de uma universidade pública como de outras faculdades particulares tem possibilitado a qualificação da mão-de- obra regional, a formação científica, além de auxiliar no crescimento econômico na região. "Quanto mais cursos de graduação, melhor. Esperamos que a universidade ofereça condições para que eles funcionem bem", ressaltou o aluno de medicina, Rafael Ferreira.

Para que a Univasf atinja todas as metas do Reuni até 2012, o MEC prevê o repasse de recursos financeiros em torno de R$ 14 milhões que deverão ser investidos em infra-estrutura, construção de novas edificações e aquisição de equipamentos. Outros R$ 11 milhões deverão ser destinados ao custeio da universidade. Estão previstas também contratação de professores e de técnicos-administrativos, ampliação da assistência estudantil e capacitação pedagógica dos docentes, construção de restaurante e alojamento universitários.


Fonte: Jornal do Commercio.

domingo, 23 de março de 2008

MAIS GENTE

O IBGE confirma que a população de Petrolina e Juazeiro juntas, crescem 4% ao ano. Se a média prevalecer, o bipolo chega ao ano de 2025 com um milhão de habitantes. Para se ter uma idéia do crescimento populacional os quase 500 mil habitantes da região, representam um contingente que supera o de outras capitais brasileiras como Florianópolis, Vitória, Porto Velho, Boa Vista, Palmas, Macapá e Rio Branco. O economista Marcio Araújo que estuda o assunto revela que é preciso pensar num planejamento estratégico para as duas cidades e assim evitar que no futuro o bipolo enfrente um inchaço populacional e os seus problemas sociais característicos.
J. Menezes

CRÔNICA: UM RIO DUAS CIDADES E A DIVERSIDADE


Não chega a ser inédito, mas a proximidade entre Juazeiro e Petrolina nos remete a toda uma produção cultural contando em verso ou prosa esse "capricho do destino". Razão maior das duas cidades, o Rio São Francisco que de tão fecundo para o Brasil e em especial para os ribeirinhos de sete estados do Nordeste, chega a se transformar numa instituição sagrada. O "velho Chico" é trabalho, devoção e inspiração para os barranqueiros. O manancial "é pai e mãe de "vidas Severina e também prósperas"". Fator de integração nacional, mas também do cisma da transposição.

De um lado a cidade baiana, Juazeiro, emancipada primeiro, um flagrante do estado de espírito baiano com peculiar espontaneidade, com as ruas estreitas no centro antigo, a melancolia poética do Angarís e seus pescadores e lavadeiras que ainda resistem ao progresso, mantendo viva uma cultura muito peculiar do Século XIX, que o cantor e compositor Edésio Santos transformou em canção. Os traços vivos da navegação e da ferrovia, marcos do desenvolvimento regional do início do Século XX. Juazeiro das tradições e ousadias carnavalescas, Juazeiro que se notabilizou como "a terra dos artistas" que "pariu para o Brasil", um dos pais da "bossa nova", João Gilberto, um dos tropicalistas, o compositor Galvão, autor de um clássico internacional "preta, pretinha". Juazeiro da frivolidade, expressada no carisma de Ivete Sangallo. Juazeiro das lendas, das morenas "cachopas" de Edésio Santos.

Do outro a Petrolina que surge imponente da caatinga, no alto sertão pernambucano desbravado pelos tropeiros que tangiam tropas de mulas e manadas de gado do Ceará e Piauí para a Bahia e Sudeste. Da "Passagem do Juazeiro", nasce um vila e mais tarde uma cidade forjada pela influência da igreja católica. Petrolina das profecias de Dom Malan, da freira alemã Tereza Newmann, do Monsenhor Ângelo Sampaio e de Robert Mcnamara. Petrolina evoluiu, estética e economicamente, ganhou importância política e se transformou numa "fênix sertaneja" com um certo ar cosmopolita, sem perder as características regionais, referencia nacional da produção agrícola, centro de convergência no Vale do São Francisco. Petrolina de Geraldo Azevedo e suas cantigas, da "dama do barro", Ana das Carrancas.

Juazeiro e Petrolina são diferentes sim, cada uma com uma energia diferente, com "o seu estilo próprio" na arquitetura, no jeito de ser do povo, mas Juazeiro e Petrolina também se assemelham, no sotaque, nos dizeres populares, nos interesses comuns como a ponte Presidente Dutra, nos ambientes educacionais e culturais, na produção agrícola, a ocupação dos postos de emprego, nos relacionamentos pessoais. Há uma interdependência, flagrante no "vai e vem" das pessoas que aos poucos vai enterrando a idéia de bairrismo "tão relevante" no passado. A percepção desse caráter multicultural não é apenas de quem vive aqui, mas, sobretudo no "olhar forasteiro". Basta citar alguns exemplos de compositores, poetas, escritores e artistas plásticos que não resistiram ao encanto de uma situação que se não é atípica é instigante. Duas cidades "não separadas, mas unidas por um rio".

Duas culturas, localizadas em dois estados diferentes, seguindo caminhos distintos, noutras vezes semelhantes, entrelaçadas por tantos pontos em comuns e ao mesmo tempo tão particulares. Na década de 1940, a escritora Rachel de Queiroz esteve fazendo uma visita ao vale e escreveu um artigo mostrando o quanto encantada tinha ficado com a região, especialmente com "a beleza" de Petrolina, "redes alvas e a comida boa". Em 1973 Caetano Veloso veio participar de um festival e escreveu "o Ciúme", sucesso nacional. O compositor e cantor Jorge de Altinho escreveu "Juazeiro e Petrolina", sucesso gravado pelo Trio Nordestino, Morais Moreira gravou outro sucesso, na canção de autoria dele e de Geraldo Azevedo. As duas cidades têm uma importância indiscutível não só para a Bahia e Pernambuco, mas, sobretudo para o Brasil, como exemplos de municípios que superaram o atraso social e econômico e assim mudaram o destino, mas há ainda há muito que fazer para que as duas cidades se transformem em "ilhas de excelência".

Só acredito em desenvolvimento pleno se houver respeito aos bens imateriais. É preciso racionalizar o desenvolvimento, investir maciço na educação universal, investir em tecnologia, capacitação e criação de novos postos de trabalho, valorizar e preservar as manifestações culturais, superar o obscurantismo político, planejar e humanizar as cidades, estimular a cidadania, democratizar a comunicação, redistribuir renda e exercitar a justiça social. Penso que a frase, " O Egito é uma dádiva do Nilo", dita pelo "pai da História", Heródoto, vale também para as duas cidades. Juazeiro e Petrolina são dádivas do São Francisco.

J.Menezes

quarta-feira, 19 de março de 2008

Prefeito de Petrolina diz que medida simples vai mudar sabor da água na cidade

O prefeito Odacy Amorim determinou ao Presidente da Agência Reguladora do Município de Petrolina, Rubem Franca, um projeto em regime de urgência para resolver de uma vez por todas a questão da água salobra do Riacho Vitória, que está alterando o sabor da água consumida na cidade. O problema vem acontecendo principalmente nos períodos de chuva, quando as águas salobras do riacho deságuam no Rio São Francisco e se misturam próximo a estação de captação da Compesa. "Quando a vazão do rio está baixa, algo em torno de 1000 metros cúbicos por segundo, o efeito do sal aumenta, ao contrário de quando há aumento de vazão. Nesse caso não dá para sentir alteração no sabor da água", afirma.

Segundo Rubem Franca, o problema ocorre por causa dos barramentos feitos no riacho na segunda metade da década de 1980 pelas indústrias de beneficiamento de tomate, impossibilitando a água de seguir o seu curso natural. Para o prefeito Odacy Amorim, a construção das barragens prejudica o meio ambiente. "Impedir o escoamento natural do fluxo de água do riacho é uma agressão à natureza e se configura num crime ambiental", afirma. O prefeito explicou que o problema não é de difícil resolução."Visitei o local e chegamos a conclusão que é possível acabar de vez com o problema com medidas simples, começando pela desobstrução do manancial e construindo uma infra-estrutura adequada no local que respeite o meio ambiente, essa é uma resposta da natureza a um erro humano", afirmou.

Com a obra, o Riacho Vitória volta a seguir a trajetória natural, desaguando à jusante do local de captação da Compesa, evitando que a água do riacho se misture com a do São Francisco. A presença de propriedades agrícolas às margens do riacho preocupa a comunidade, temerosa de que as águas arrastem resíduos de produtos agrícolas ou de produtos tóxicos que podem prejudicar a saúde. Por enquanto, segundo Rubens Franca foram detectados apenas a presença de sais numa quantidade considerada normal para o consumo humano, que não oferece riscos à saúde.

Os recursos para as obras no Riacho Vitória já foram garantidos pela Compesa, após a solicitação da prefeitura. Serão investidos R$ 700 mil na obra que irá permitir o escoamento natural das águas do riacho e revitalizar a área degradada. Numa primeira etapa serão investidos R$ 200 mil na desobstrução das barragens o que, segundo Franca, já vai diminuir a concentração de sal e outros resíduos na captação. "Numa segunda etapa vamos investir R$ 500 mil nas obras de arte, como por exemplo, construção de pontilhões e canais", informou.

Rubem Franca assegurou que a Agência Reguladora já solicitou ao laboratório do SENAI, análise da água tratada pela Compesa para uma contraprova da água distribuída à população. "Nas primeiras amostras já recebidas, não foi detectado nenhum problema", explicou. O prefeito Odacy Amorim, recomendou que as obras sejam iniciadas o mais rápido possível.

terça-feira, 18 de março de 2008

ZUENIR VENTURA


"Um Brasil mais interessante do que aquele de lá". Assim o jornalista Zuenir Ventura resumiu o Vale do São Francisco e da necessidade das pessoas do sul e sudeste conhecerem mais o Brasil e sua diversidade cultural.Ele proferiu palestra no Centro de Cultura João Gilberto na semana passada. Lembrou dos velhos e malfadados estereótipos sobre o Nordeste e também se mostrou surpreso com o potencial econômico, especialmente no que concerne á produção de vinhos finos na região.O jornalista, escritor e cronista fez um resumo informal sobre a sua carreira, desde que saiu de Minas Gerais com a família para se estabelecer no estado do Rio de Janeiro e nos diversos empregos em que esteve antes de assumir de vez o jornalismo, profissão que exerce até hoje, paralela ao de escritor e cronista, segundo ele, "por acaso", como em tudo na sua vida.
Contou "causos" sobre a confusão que fazem com "o nome raro" e da aparência com personagens famosos como José Saramago e Ariano Suassuna. Lembrou do trabalho no Jornal do Brasil, dos contatos com o também jornalista e politico Carlos Lacerda, das aulas do escritor Manoel Bandeira. Fez comentários sobre a sua obra, especialmente sobre o livro "1968 o ano que não quer terminar", brincou com a memória "nem sempre generosa" e disse que gosta mesmo é de ler. Escrever, segundo o jornalista é uma tarefa árdua. "Não gosto do que escrevo", afirmou. A palestra de Zuenir é parte do projeto da TIM de incentivo a leitura. Já estiveram em Juazeiro Marina Colassanti e escritores baianos. Eles são sempre recepcionados por um escritor local que faz a mediação do debate. A próxima atração do projeto é o escritor Afonso Romano de Santanna. Num momento em que a mediocridade domina os espaços na mídia e na indústria cultural, "vomitando besteirol, suscitando preconceitos, alimentando o duplo sentido piegas, a ignorância e perturbando o espírito e os tímpanos, nada mais salutar do que a valorização de eventos como esse. Precisamos repetir a dose, libertar a mente "do lixo que nos vendem como cultura de massa" e cultivar o hábito saudável em Juazeiro e Petrolina de prestigiar eventos que tenham mais conteúdo e nos ensinem algo relevante.

Capacitação e globalização


Dezesseis representantes dos pequenos produtores de frutas do Vale do São Francisco estiveram reunidos em Petrolina para discutir o futuro da fruticultura na região. Debateram o arranjo produtivo local e a superação de barreiras para o ingresso nos mercados nacional e internacional, a identificação de novos mercados, aumento de produtividade, ampliação do número de propriedades certificadas, diversificação da produção e capacitação.

A EMBRAPA, a CODEVASF e o SEBRAE mandaram representantes. Uma das metas dos produtores é aumentar até o ano 2010 o volume de frutas comercializadas no Brasil e no exterior. Em 2007 foram exportadas 78.404 toneladas de uva e 107.812 de manga, segundo dados da VALEXPORT. Não há mais lugar no mercado globalizado para a ineficiência. A competição é acirrada e o diferencial é o aspecto qualitativo. Conquistar mercados exige, portanto competência técnica, operacional e produtos de alta qualidade. Dois novos componentes estão se tornando imprescindíveis para agregar valor aos produtos agrícolas: responsabilidade ambiental e produtos livres de pesticidas. Um outro item que não deve ser desconsiderado é a responsabilidade social. Apesar da tecnologia ter revolucionado a agricultura, são as pessoas que ainda fazem a diferença em qualquer ramo da atividade humana. Os trabalhadores precisam ser bem assistidos pelas empresas agrícolas, especialmente nas condições adequadas de trabalho e de saúde. A lógica de progresso hoje é medida também pelo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e não apenas do ponto de vista frio da produção.

13 DE MAIO


A Universidade do Estado da Bahia – UNEB vai organizar no próximo dia 13 de maio um evento denominado "Noite Negra". A idéia é discutir a situação do negro na sociedade brasileira. A comissão responsável pela organização explicou em nota, que as discussões vão girar em torno dos estereótipos voltados para os negros. Noite negra é uma provocação à cultura do preconceito no Brasil. É uma oportunidade para refletir e desmistificar esses estereótipos. A Lei de Diretrizes e Bases – LDB no seu artigo 10639/03 que trata da obrigatoriedade do ensino da áfrica e da presença do negro na formação da sociedade brasileira também estará em pauta. A propósito o presidente Lula voltou a falar sobre a questão racial no Brasil ao participar da solenidade de formatura dos estudantes da UNIPALMARES no Ibirapuera em São Paulo, a primeira universidade para afrodescendentes do Brasil. Lula disse que os alunos da UNIPALMARES mostram que os negros estão nos bancos das universidades e exercendo profissões como medicina, o que não se via em décadas passadas. "Lembro o esforço que fiz para encontrar um negro para levar para a Suprema Corte deste país". Ele se referia ao Ministro Joaquim Barbosa.
O presidente também afirmou que normalmente quando a televisão mostra um negro na televisão é sendo preso pela polícia. "Existem outras coisas que o negro faz, que o pobre faz e que muitas vezes não tem espaço necessário", sentenciou. É preciso ampliar os espaços de debates em torno de uma pauta cotidiana que é o respeito à diversidade. Desde os estudos de Gilberto Freire e sua "democracia racial", fala-se muito sobre o processo de miscigenação do país. Darcy Ribeiro também insistiu com o seu "Brasil Caboclo", mas na prática, há pouco progresso e muita sutileza na discriminação. O Brasil continua sem reconhecer verdadeiramente a força da miscigenação do seu povo e "negra" continua sendo a cor da "negação no país". Não é questão de se sentir vítima, mas há uma dívida com o negro que ainda não foi paga. É fato: um médico branco por exemplo no Brasil, ganha três vezes mais que um negro com a mesma formação.

FEIJÃO MARAVILHA


"Bota água no feijão que chegou mais um". O trecho do samba brasileiro nunca esteve tão atual. Com o preço elevado ficou mais complicado fazer feijoada ou outros pratos típicos. O grão símbolo da alimentação brasileira está se tornando um artigo de luxo. O consumidor brasileiro está sendo obrigado a desembolsar, entre R$ 4,50 a 6,00 para comprar um quilo de feijão carioca. No Vale do São Francisco "os desavisados de plantão", achavam que com as chuvas os preços iriam cair, mas não estamos mais naquela realidade de 15 ou 20 anos atrás quando o feijão era cultivado, não só nas áreas de sequeiro como também nas irrigadas. O custo de produção e o aumento de pragas desanimaram os pequenos produtores. A região de Irecê que era considerada um "termômetro" do produto para o Nordeste, também reduziu a área de plantio. Em 2006 era possível comprar um quilo de feijão carioca por R$ 2,99, em maio de 2007 o preço caiu para R$ 1,96. Em novembro de 2007 o preço subiu para R$ 3,25. Segundo a CONAB – Central Nacional de Abastecimento, questões como estiagem em regiões produtoras no segundo semestre de 2007, o aumento do consumo no país podem ter influenciado no preço, mas descarta que terras usadas para o plantio do grão tenham sido destinadas à produção de cana, reduzindo a oferta como foi especulado na mídia. Outra questão descartada seria "o ganho extraordinário dos produtores" em detrimento dos preços elevados. A CONAB já anunciou que a colheita 2007/2008 será inferior a safra de 2006/2007. Isso significa que dificilmente os preços podem cair. Diante da situação como fica a população de baixa renda que tem no feijão um produto básico da alimentação? Assim nunca mais as frenéticas vão poder cantar: "dez entre dez brasileiros preferem feijão".

SALOBRA




Apesar das seguidas explicações da COMPESA sobre os investimentos e da qualidade da água em Petrolina, a população continua reclamando do sabor. Na última quarta feira um representante da companhia esteve na câmara municipal para "repetir o que os outros gestores já haviam dito" e foi duramente rechaçado pelos vereadores. O vereador Chico Freire chegou a afirmar que a "COMPESA estava colocando uma corda no pescoço dos petrolinenses". Nem o gesto do diretor "compesiano” (que dispensou a água mineral posta na mesa da câmara, para beber a água do São Francisco", convenceu os edis). Em entrevista na última quinta feira, o prefeito Odacy Amorim fez uma declaração séria: pequenas barragens no Riacho Vitória estão impedindo a passagem da água do manancial que acabam se misturando com a captada pela rede da COMPESA, deixando a água com teor de sal.Odacy se comprometeu a resolver o problema. Para o prefeito a situação se configura como um crime ambiental, já que há um impedimento para o escoamento natural das águas do Riacho. Nunca foi bem explicado pela COMPESA a falta de uma política de água diferenciada para Petrolina. Ora o maior manancial de água doce administrado pela companhia "passa praticamente na calçada dos moradores". Porque o serviço é tão contestado pela população? Petrolina não é mais uma cidadezinha pacata do interior, é uma das cidades mais importantes do Nordeste, pelo potencial econômico e influência política. Os serviços básicos precisam ser feitos com absoluta competência.

BRIC BRASIL

O anúncio de que o Brasil cresceu 5,4% em 2007 soou positivamente nos mercados internacionais e apesar da cautela orientada pelo presidente Lula, o governo comemorou. É louvável a celebração, já que o país experimenta uma estabilidade sui generis se comparada por exemplo aos tempos de inflação alta de dívida externa crescente e da falta de credibilidade no exterior. O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Paulo Bernardo ressaltou que o País poderá crescer mais nos próximos anos, com "menos gargalos" e "pressões inflacionárias". "Nós estamos com investimentos, aumentando nosso PIB potencial e podemos crescer mais nos próximos anos", disse Bernardo. No quesito BRIC(Brasil, Rússia, Índia e China), sigla criada pelos economistas da Godman Sachs, consultora norte-americana para identificar os blocos dos novos gigantes da economia mundial. O Brasil ainda não cresceu no mesmo ritmo da China por exemplo, mas o país tem a melhor performance econômica de sua história. O Jornal britânico The Guardian afirmou na semana passada que o gigante da América do Sul e começa a demonstrar que não é apenas o país do futebol e do carnaval: " o crescimento é equilibrado e o país estaria menos vulnerável hoje. "Analistas concordam que a forte demanda doméstica, a estabilidade financeira e exportações bem distribuídas internacionalmente oferecem alguma proteção contra o desaquecimento americano. Quando o mundo pega uma gripe, o Brasil não mais pega uma pneumonia, afirma. O The Guardian ainda aponta os contrastes que marcam o Brasil: o país também exporta carros e aviões, notadamente aviões executivos e de passageiros da Embraer, mas afirma que apesar do crescimento, o país ainda enfrenta vastos problemas sociais e ambientais. Críticos ouvidos pelo jornal ainda dizem que o crescimento do Brasil impressiona, mas é vazio, "como um carro alegórico de carnaval, porque se apoia em condições globais benignas e no crescimento do crédito doméstico enquanto foge à difícil tarefa de construir uma economia competitiva". O "Guardian" conclui comentando que o Brasil era conhecido como o País do futuro. "O futuro ainda não chegou, mas está mais perto agora do que já esteve em várias gerações." O estudo da Godman Sachs prevê que a economia do Brasil ultrapassa a da Itália em 2025, a da França em 2031 e a do Reino Unido em 2036. É esperar para ver.

domingo, 16 de março de 2008

A VIA CRUCIS NA CAIXA



O leitor pode estranhar o título, mas foi assim que me senti numa fila da Caixa Econômica Federal, agência de Juazeiro. Na última quinta feira, precisei resolver alguns problemas bancários e procurei a agencia para resolver. Cheguei por volta das 12h05min e claro, como é praxe procurei abastecer-me de uma dose generosa de paciência para suportar a espera na fila. Fui informado por um homem que disse já ser "rato de fila" na caixa que naquele dia estava tudo bem, não tinha tanta gente como na segunda ou sexta quando os clientes e não clientes pagam à metade dos pecados, plantados a espera de atendimento. É uma verdadeira via crucis

Acreditei na informação e procurei de imediato "acender o alerta anti-stress". Fui informado na recepção que para o meu tipo de procedimento era necessário pegar uma ficha e logo a seguir pegar a fila. Assim fiz, seguindo a risca a orientação peguei a de número 157. Ora, sou conhecedor que a Caixa implantou um serviço de marcação antecipada, justamente para evitar excesso de lotação e organizar o serviço. Não fui orientado, mas não sei até o momento porque me deram aquela ficha se eu tinha que pegar a fila do mesmo jeito e esperar a minha vez chegar para finalmente ser atendido.

Confesso que em nenhum momento ouvi a chamada anunciando a minha vez. Senti a minha inteligência e das outras pessoas que estavam na fila subestimadas. Mas paciência vai esperar. De antemão vou logo esclarecendo sem falsa modéstia sempre procuro respeitar a fila, não tenho vocação para "furão". Do lado direito do local onde eu estava tinham dois caixas atendendo a uma fila sempre pequena de idosos, gestantes, lactantes e portadores de deficiência, nada mais do que justo. Bom, entro na fila com a expectativa otimista de sair de lá pelos menos ás 13h30min e assim poder cumprir com os meus outros compromissos do dia. "Uma hora e meia na fila acho que é mais do que razoável" .


Mas aí as horas foram passando, 12h30min, 13h00min, 13h30min, e a fila quase não andava. As reclamações começaram, mas ficavam apenas num lamento repetido e acomodado como acontece em todo o país. Como já havia ficado uma hora na fila, tinha me deslocado direto do trabalho e sem almoçar fui direto para o banco, resolvi sentar um pouco. Tive sorte porque ainda haviam algumas cadeiras vagas nesse momento. Fiquei mais de 40 minutos sentado, enquanto isso resolvi fazer algumas anotações e a fila continuava lá, impassível, teimosa, inerte. Parecia uma ironia em forma de fila.

Quando entrei pela primeira vez deveriam ter mais ou menos umas 35 pessoas, ás 13h00min restava umas 25 e ás 14h30min quando saí da agencia, deveriam ter umas 12 pessoas na fila onde eu estava. Só que a cada minuto que passava, eu sentia a angústia e o desespero nas pessoas. Pálidos, esmorecidos, chateados, suspirando, impacientes, impotentes, como se estivessem diante de um pelotão de fuzilamento. Os caixas, alheios ao que ocorria ali, até porque também impotentes nada podem fazer e até já estão "calejados" com as lamurias do povo. Os estagiários e atendentes aparecem vez por outra tentando organizar a fila numa atitude educada, mas que não resolve.

E é justamente ai que está o "X da questão" quando todo mundo começa a achar que tudo é normal, "que é assim mesmo", que o povo que "se dane", vivemos no Brasil, país do jeitinho, da cultura da razão cínica, da "lei de Gerson". Esse tipo de mau atendimento abre precedentes perigosos para que atitudes de paternalismo ou clientelismo sejam praticados e se transformem numa referencia nacional. Sabe aquela cena do "bacana" ou da madame, chegando sorrateiros e arrogantes e recebidos com tapete vermelho? Seria leviano se dissesse que vi essa cena na Caixa, não vi, abro um parêntesis aqui apenas para esclarecer que somos sabedores que "os pistolões" e as fórmulas mágicas do cortejo e dos privilégios aos influentes acontecem a toda hora nas instituições.

No Brasil, impera ainda a máxima de que "não importam os meios para se chegar a um fim". Continuamos "nivelando tudo por baixo" com esse péssimo costume. É uma cultura miserável, viciada na troca de favores, no tráfico de influência e na individualidade, a tese da "farinha pouca, meu pirão primeiro". Os minutos continuaram passando. As 14h00min horas voltaram para a fila e não vi progresso. Ainda tinha esperanças de que ás 14h30min pudesse estar pelo menos no caixa, enganei-me, faltavam ainda cerca de doze pessoas para serem atendidas. Não suportei, fiz o meu protesto pacífico e equilibrado e saí da fila porque já estava "mareado" de tanto esperar em pé. Ás 14h40min deixei a agência sem resolver minhas demandas bancárias. É abusar demais da paciência das pessoas, ser indiferente as suas necessidades.

Diante dessa situação, fico me perguntando que lógica estapafúrdia é essa que anunciada em alto e bom som que os bancos obtêm lucros astronômicos todos os anos, batendo recorde em cima de recorde e os serviços continuam tão ruins a ponto de se promover um massacre à paciência do povo, estressado e cansado nas filas. Essa lógica é contraditória, autoritária e desleal com o exercício da cidadania. O que está faltando para que os bancos invistam mais em atendimento e conforto para os cidadãos? Dinheiro é óbvio que não é, porque se assim fosse os meios de comunicação não agendariam a pauta anual sobre os altos lucros nos bancos brasileiros. Onde está a tal de responsabilidade social dos bancos? Falta também a fiscalização diuturna dos poderes constituídos para acabar com os abusos.

Já ouvi dizer que o sistema bancário do Brasil é um dos mais eficientes do mundo, pergunto: para quem? É uma tortura que lei nenhuma consegue resolver. O banco do governo federal que deveria dar o exemplo é o primeiro a explorar a paciência e a boa fé do povo. O que mais me deixou revoltado foi o fato da instituição ignorar que naquela fila poderia ter alguém com algum problema de saúde sério que não poderia ficar em pé tanto tempo e ser indiferente ao sofrimento e aos compromissos alheios. Esse tipo de desrespeito não pode ficar impune. É uma ofensa ao cidadão que paga imposto alto e contribui com a saúde financeira das instituições bancárias.

Esse não é só um problema da Caixa, hoje se você quiser resolver um problema nos bancos privados, precisa ficar tentando encontrar um funcionário que esteja em condições de te dar uma resposta atenciosa, mesmo esbaforidos e sobrecarregados pela correria, alguns até se esforçam, mas não é fácil. Definitivamente, o cidadão virou refém dos bancos e escravo do sistema financeiro que só enxerga a sua frente uma coisa óbvia: cifrões. Os cidadãos como sempre, ficam em segundo plano, ignorados pela ganância. Lamentável.

TÁ NA MÍDIA

Transmissões esportivas

Um ponto polêmico incluído pelo relator, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), é a obrigatoriedade de repassar gratuitamente à TV Brasil o sinal de competições oficiais em que um atleta brasileiro estiver participando, caso a transmissão não seja feita por canais abertos. Segundo Pinheiro, as empresas firmam contratos de exclusividade com comitês esportivos, mas transmitem os eventos só por TV por assinatura.

Ainda pelo texto aprovado, se emissora privada não estiver gerando o sinal, deve autorizar a TV Brasil a gerar a transmissão. Os canais da EBC também serão distribuídos gratuitamente pelas TVs por assinatura.

Também foram mantidas a Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública como fonte extra de recursos, o caráter simplificado para compra de bens e contratação de serviços e as contratações excepcionais, algumas sem licitação, para áreas artística, audiovisual e jornalística, seguindo parâmetros do conselho de administração.

A MP será ainda analisada no Senado.


Fonte - Site do Comunique-se