domingo, 11 de julho de 2010

Espanha campeã e o triunfo do futebol bonito

A Espanha chegou lá e no melhor estilo, jogando um futebol fino, agressivo, insinuante e bonito para inglês, brasileiro e o mundo ver. Ainda na primeira fase do
Mundial assistí uma entrevista com o atacante Fernando Torres. A Espanha vinha de uma derrota para a Suiça e estava sendo bastante criticada pela imprensa e torcedores. O orgulho estava ferido, a confiança parecia abalada,mas era só impressão. Torres demonstrnado maturidade, equilíbrio e bom senso ressaltava que o elenco andaluz estava chateado pela derrota mas não ia abrir mão da sua maneira de jogar, mesmo que isso custasse uma saída prematura da Copa.

O jogador do Liverpool falou categoricamente que poderiam sim cair, mas seria por acreditar naquela proposta de jogo, ousada, ofensiva que envolvia e apavorava os adversários. Se estivessem errados que assim fosse, que pagassem o preço. Naquele momento senti que os espanhóis "tinham a força". Eles vinham de uma conquista significativa que foi a Eurocopa, fizeram uma belíssima eliminatória, tinham como base o talentosíssimo time do Barcelona e antes do Mundial só haviam perdido para os Estados Unidos na Copa das Confederações.Uma campanha de respeito que credenciava "La Fúria" a conquistar o mundo.

Após a derrota para a Suiça(mesmo jogando bem), voltou aquela velha desconfiança de "nadar, nadar e morrer na praia" . Foi assim em 1986 naquele time de Butragueño que derrubou a "Dinamáquina" de Elkjhaer e dos irmãos Laudrup. A escrita permaneceria? "Los bravos de Del Bosque" provaram que não. Dessa vez seria diferente, muito diferente e foi.A Espanha fez valer o seu favoritismo, foi derrubando os adversários um a um sem perder a confiança ou mostrar receios. Nas horas mais difíceis o talento prevalecia e o esquadrão avançava atropelando.

Os exemplos mais claros foram nas vitórias sobre o Paraguai e Alemanha que "encolheu" para jogar no erro da Espanha e se deu mal. O triunfo da Espanha foi inédito e justo pela serenidade do técnico Del Bosque, pela maestria e talento de Xavi e Iniesta, pelo oportunismo de Villa, pela frieza e coragem de Casillas. A Espanha desfilou um futebol vistoso, suave, poético, "de ilusion e fantasia" como diria o escritor uruguaio Eduardo Galeano para se referir ao futebol criativo. Mostrou ao mundo que é possível ser competitivo e jogar bonito, dar espetáculo. A Espanha quebrou paradígmas, fez história e salvou o futebol arte. Arriba!

J.Menezes
11/07/2010

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