domingo, 25 de abril de 2010

Flamengo e Corinthians duelo de titãs

A nova fase da Copa Libertadores terá como maior atração inicial o confronto entre os clubes de maior torcida no Brasil. De um lado o Corinthians, melhor brasileiro na primeira fase da competição, do outro o Flamengo, pior brasileiro até aqui. Mas, em se tratando de clássico, tudo pode acontecer. A crise no Flamengo com a saída de Andrade e sua comissão técnica pode se reverter e se transformar num estímulo a mais, já que o time está devendo boas atuações. Nada mais estimulante do que enfrentar o Timão que se reforçou para tentar conquistar um título inédito para as suas cores.

E os atrativos são muitos. Ronaldo no alvirrubro e Adriano no rubro negro. Gordinhos? Em má fase? Não nos iludamos, são diferenciados e podem mudar a história de um jogo e de uma competição.No momento o Corinthians vive uma situação mais estável e justamente por esse motivo pese sobre o clube paulista uma responsabilidade maior. Tem um técnico experiente e metódico que já conquistou títulos e apesar do “desmanche” do ano passado conseguiu encontrar um novo time com as chegadas do Roberto Carlos e Danilo. Roberto Carlos está "voando", literalmente. Não seria nenhum exagero se Dunga, refletisse melhor sobre a lateral esquerda. Roberto está em forma e nos últimos jogos do paulistão e da Libertadores provou isso. Os dois podem lucrar com isso, Dunga ganha um lateral experiente e em ótima fase e o jogador tem a chance de se redimir do fiasco de 2006 na copa da Alemanha.

Não é só a parte física que está a favor de Roberto Carlos, tecnicamente ele está muito bem. Marca com competência, apoia com desenvoltura e é uma arma perigosa pelo lado esquerdo com chutes certeiros, arranques, assistências e cruzamentos para os companheiros. Juscilei e Elias no meio dão equilíbrio e na frente, Dentinho voltou a jogar como em 2008. A situação do Corinthians é tranqüila pelo menos até o primeiro jogo do mata-mata contra o Flamengo.

O rubro negro pode "renascer das cinzas" e embalar como já fez em vários momentos em sua história. O Flamengo gosta de situações adversas. É só lembrar do que ocorreu no último Campeonato Brasileiro. Na metade da competição parecia não haver mais chances de título na competição e o time foi conquistando ponto a ponto até triunfar como o campeão de 2009. Na libertadores e no Campeonato Carioca, o mengão vinha falhando constantemente na defesa, mesmo jogando com três volantes.

A equipe comete falhas de marcação. Na frente, Adriano está apático e não é nem sombra do que se espera dele. Wagner Love teve boas e ótimas atuações nas duas competições (Carioca e Libertadores). Rogério Lourenço, ex-jogador do clube e campeão brasileiro na década de 90 que estava atuando como auxiliar de Andrade, disse que irá fazer alguns testes antes do jogo contra o Corinthians. Ele não tem mais tempo, terá que ser decisivo e rápido para encontrar uma maneira mais segura do time jogar. O novo técnico vai precisar dar o equilíbrio que estava faltando ao time.

Lourenço vai precisar “quebrar a cabeça” para encontrar uma equipe mais coesa, melhor definida em campo e motivada. Em momentos de crise é necessário muita coerência e bom senso e geralmente os técnicos optam por montar primeiro a defesa de uma forma que o resto do time vá adquirindo maior equilíbrio e confiança nos outros espaços do campo. Exemplo: Ele pode reforçar a marcação do lado direito escalando Toró na posição. Mantém a dupla de zaga com Álvaro (se puder jogar). Organizando a defesa.

A formação pode não agradar a torcida e a crônica esportiva, mas terá que usar até de improvisações. Um zagueiro pelo lado esquerdo como fazem os clubes europeus, especialmente os italianos. Fabrício poderia ser essa opção. O volante William poderia retornar a cabeça de área como um volante de contenção, já que possui energia e força, mas na formação de Andrade vinha errando muitos passes e lançamentos, embora se destaque nos desarmes não tem visão de jogo. Não é um jogador para atuar de meia. Maldonado que tem um passe melhor poderia fazer o papel do segundo volante, jogando um pouco mais avançado pelo lado direito.

Muita gente pode estar estranhando isso, mas Juan não está inspirado, não consegue acertar passes, dribles, cruzamentos nem tampouco na marcação. Ele precisa recuperar a técnica. Léo Moura, a meu ver o melhor jogador do Flamengo na Libertadores faria o papel de meia ofensivo pelo lado direito. Poderia faze ruma boa dupla com o Toró, tentar chutes de meia distância de fora da área e chegar de trás como opção para os homens de frente. Petkovic retornaria a meia, organizando as jogadas no meio e distribuindo para os homens de frente. Nas bolas paradas seria fundamental.

Mesmo com os problemas físicos, Pet pode compensar essa fragilidade com o toque de classe. Os dois homens de frente que devem ser Adriano e Love precisam ser “menos óbvios”, se movimentando mais e fazendo o que sabem gols. Na balança, o Flamengo pode se dar bem, pois a essa altura "está no lucro" e tem muito mais a ganhar do que perder. Mas o Corinthians é o time que mescla a categoria da experiência com a força da juventude. Um jogo que vai dar o que falar. A paixão das torcidas e a tradição das camisas bastam como ingredientes desse prato especial. Não será apenas um jogo, mas um duelo de titãs do futebol brasileiro e mundial.

J.Menezes

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