segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A PSICOLOGIA DA CRISE


Negar que há uma crise econômica no mundo é no mínimo não querer reconhecer o óbvio. As medidas de emergência dos governos em todos os continentes não teriam sentido, se o anúncio da crise não fosse verdadeiro. A questão é o alarde "desproporcional" que se faz do problema, criando um efeito psicológico assustador nas pessoas menos avisadas.

Não é nenhuma novidade que o sistema capitalista também se alimenta da especulação. O que ocorreu nos Estados Unidos, com o setor imobiliário que depois "num efeito dominó" foi derrubando outros setores e de forma arrasadora o financeiro é resultado desse abuso neoliberal que detesta quando o Estado intervém em sua tese do "deixe fazer, deixe passar", mas que agora, como em 1929 com o "crack" da bolsa, teve que se submeter não só ao Estado, mas rever sua estratégia homicida de distribuir responsabilidades financeira aos cidadãos norte-americanos, sem que esses tivessem qualquer condição de assumir,como foi o caso das hipotecas.

É a ganância que perdeu o controle e quebrou o império Yanque. O terrorismo da crise, já foi combatido pelo presidente Lula e houve insinuações no mercado de ingenuidade do presidente. Outro dia, numa entrevista concedida pelo cartunista Maurício de Souza, o apresentador perguntou a ele, como a crise estava afetando os seus negócios e ele respondeu: que crise? Não foi uma resposta arrogante, Souza explicou que a vida dele, dos filhos, da empresa e dos amigos continuava,independente de crise. Ele se mostrava estupefato com a exposição do tema, criando uma fixação de pensamento nas pessoas.

Lembrou que já passou por outras "crises" e sobreviveu. O criador da Mônica mostrou uma faceta, parecida com a do presidente Lula, também criticando a forma sensacionalista como o tema era jogado no mercado e para a sociedade, de uma forma "espetacular", doentia,obsessiva. Acho que neste aspecto, a mídia peca muito por permanecer na superficialidade, sem uma explicação mais contextualizada e didática à população sobre o que está acontecendo. Manter a população ignorante, parece que dá mais ibope e melhora o ego de repórteres desinformados e "experts" no "economez" que ficam falando numa linguagem acadêmica e incompreensível para o povo.

Não sou economista, e sei que em plena era da globalização, os mercados são integrados e o que atinge uma das cabeças, como os Estados Unidos, atinge o resto, mas há uma corrente especulativa no mundo de derrubar não só economias, mas a auto confiança e a estima das pessoas. Quem sabe Freud poderia explicar, mas infelizmente não está mais aqui.

J.Menezes

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