terça-feira, 18 de março de 2008

13 DE MAIO


A Universidade do Estado da Bahia – UNEB vai organizar no próximo dia 13 de maio um evento denominado "Noite Negra". A idéia é discutir a situação do negro na sociedade brasileira. A comissão responsável pela organização explicou em nota, que as discussões vão girar em torno dos estereótipos voltados para os negros. Noite negra é uma provocação à cultura do preconceito no Brasil. É uma oportunidade para refletir e desmistificar esses estereótipos. A Lei de Diretrizes e Bases – LDB no seu artigo 10639/03 que trata da obrigatoriedade do ensino da áfrica e da presença do negro na formação da sociedade brasileira também estará em pauta. A propósito o presidente Lula voltou a falar sobre a questão racial no Brasil ao participar da solenidade de formatura dos estudantes da UNIPALMARES no Ibirapuera em São Paulo, a primeira universidade para afrodescendentes do Brasil. Lula disse que os alunos da UNIPALMARES mostram que os negros estão nos bancos das universidades e exercendo profissões como medicina, o que não se via em décadas passadas. "Lembro o esforço que fiz para encontrar um negro para levar para a Suprema Corte deste país". Ele se referia ao Ministro Joaquim Barbosa.
O presidente também afirmou que normalmente quando a televisão mostra um negro na televisão é sendo preso pela polícia. "Existem outras coisas que o negro faz, que o pobre faz e que muitas vezes não tem espaço necessário", sentenciou. É preciso ampliar os espaços de debates em torno de uma pauta cotidiana que é o respeito à diversidade. Desde os estudos de Gilberto Freire e sua "democracia racial", fala-se muito sobre o processo de miscigenação do país. Darcy Ribeiro também insistiu com o seu "Brasil Caboclo", mas na prática, há pouco progresso e muita sutileza na discriminação. O Brasil continua sem reconhecer verdadeiramente a força da miscigenação do seu povo e "negra" continua sendo a cor da "negação no país". Não é questão de se sentir vítima, mas há uma dívida com o negro que ainda não foi paga. É fato: um médico branco por exemplo no Brasil, ganha três vezes mais que um negro com a mesma formação.

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