terça-feira, 18 de março de 2008

ZUENIR VENTURA


"Um Brasil mais interessante do que aquele de lá". Assim o jornalista Zuenir Ventura resumiu o Vale do São Francisco e da necessidade das pessoas do sul e sudeste conhecerem mais o Brasil e sua diversidade cultural.Ele proferiu palestra no Centro de Cultura João Gilberto na semana passada. Lembrou dos velhos e malfadados estereótipos sobre o Nordeste e também se mostrou surpreso com o potencial econômico, especialmente no que concerne á produção de vinhos finos na região.O jornalista, escritor e cronista fez um resumo informal sobre a sua carreira, desde que saiu de Minas Gerais com a família para se estabelecer no estado do Rio de Janeiro e nos diversos empregos em que esteve antes de assumir de vez o jornalismo, profissão que exerce até hoje, paralela ao de escritor e cronista, segundo ele, "por acaso", como em tudo na sua vida.
Contou "causos" sobre a confusão que fazem com "o nome raro" e da aparência com personagens famosos como José Saramago e Ariano Suassuna. Lembrou do trabalho no Jornal do Brasil, dos contatos com o também jornalista e politico Carlos Lacerda, das aulas do escritor Manoel Bandeira. Fez comentários sobre a sua obra, especialmente sobre o livro "1968 o ano que não quer terminar", brincou com a memória "nem sempre generosa" e disse que gosta mesmo é de ler. Escrever, segundo o jornalista é uma tarefa árdua. "Não gosto do que escrevo", afirmou. A palestra de Zuenir é parte do projeto da TIM de incentivo a leitura. Já estiveram em Juazeiro Marina Colassanti e escritores baianos. Eles são sempre recepcionados por um escritor local que faz a mediação do debate. A próxima atração do projeto é o escritor Afonso Romano de Santanna. Num momento em que a mediocridade domina os espaços na mídia e na indústria cultural, "vomitando besteirol, suscitando preconceitos, alimentando o duplo sentido piegas, a ignorância e perturbando o espírito e os tímpanos, nada mais salutar do que a valorização de eventos como esse. Precisamos repetir a dose, libertar a mente "do lixo que nos vendem como cultura de massa" e cultivar o hábito saudável em Juazeiro e Petrolina de prestigiar eventos que tenham mais conteúdo e nos ensinem algo relevante.

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