quarta-feira, 26 de março de 2008

Ponte que une ou separa?‏


Fui no dicionário e descobrí que a palavra ponte, designa de "pontífice" ou seja: quem "intermedia o homem a Deus". Grosso modo, a ponte da forma como conhecemos liga um ponto, ou uma margem a outra, facilitando o transporte de veículos, pessoas ou animais. Tudo isso somente para refletir sobre "a nossa ponte Presidente Eurico Gaspar Dutra" que liga Petrolina a Juazeiro. Fazer a ligação da Bahia com Pernambuco se transformou num suplício desde que essas obras começaram. Primeiro as populações das duas cidades não foram preparadas para "o caos" que se instalou depois. O início da obra foi adiado, as obras não cumpriram o cronograma planejado e os problemas se seguiram ao longo da reforma e ampliação. Pequenos acidentes são frequêntes, o desconforto é visível, trabalhadores, motoristas , motociclistas e da Polícia Rodoviária Federal, estão mais estressados com a travessia.

Imagine quem precisa atravessar a via durante 3 ou 6 vezes por dia? E tem gente que enfrenta isso para manter o trabalho. Em dias de protesto então! o "caos se instala de vez" e as duas cidades praticamente param. os reflexos impactam na economia, no bem estar e na qualidade de vida de Juazeiro e Petrolina. Alguém vai questionar e dizer: o que voçês querem afinal? Não é uma ponte bonita, mais confortável e segura? Esperavam não ser "incomodados" com o canteiro de obras? O governo está fazendo a sua parte, atendendo a um pleito antigo. É óbvio que sim, mas o que não dá para entender é essa flagrante desorganização desde o início da obra e a forma como os cidadãos que passam pela ponte estão expostos .

A impressão da maior parte da população é que não houve um planejamento eficiente que levasse em conta a complexidade social, econômica e psicológica que as obras da ponte iriam causar, num trecho de via federal estratégico. Petrolina e Juazeiro não são mais duas cidadezinhas pacatas do fim do mundo. A população aumentou significativamente nos últimos 15 anos e isso é notório. A frota de veículos também acompanhou o mesmo rítmo ou mais.Será que nada disso foi avaliado antes da obra?

Até bem pouco tempo ninguém sabia como iriam ficar os acessos para o centro e orla, principalmente do lado baiano. Não é uma questão de incompreensão ou de exigência sem sentido, mas o assunto é serio e se não foi bem esclarecido ainda, que pelo menos fique registrado para futuras obras que envolve diretamente a saúde e o bem estar das pessoas. Um outro dia ouvi da historiadora Maria Isabel Figueiredo(Bebela), uma informação que acho pertinente: deveria ter sido construída uma outra ponte, porque essa é patrimônio histórico e deveria ser preservada".

É uma obra que se constitui num patrimônio importante da região que faz a ligação do Norte e Nordeste com o Sudeste do país. A ponte Presidente Dutra, foi construída em meados da década de 1950 com tecnologia moderna, importada da França, com esforços de um parlamentar como Manoel Novais.Isso não implicaria na utilização da via. Criava-se uma politica diferenciada de tráfego para a Dutra. Diante do que vem acontecendo, não se surpreendam se as pessoas que precisam fazer essa travessia todos os dias reclamarem ao governo indenização por danos á saúde mental e física. Uma perguntinha que não quer calar: alguém sabe quando esse "calvário" termina?

1 comentários:

Anônimo disse...

ótimas reflexões jota...

símbolo maior do ciúme que une (e separa) as cidades de juazeiro e petrolina, a ponte presidente dutra é emblemática. outro dia acompanhei de perto uma cena da confusão que tem sido duplicá-la. um caminhoneiro distraído entrou no lado errado da pista e por pouco não causou um acidente grave na madrugada sertaneja.

só o tempo dirá se esta obra será, para a hjistória cultural da região, um acidente ou uma solução...

abraços, luís osete.